sexta-feira, 16 de julho de 2010

NOTA DE REPÚDIO AOS PROFISSIONAIS DA MENTIRA

Gostaria externar o meu descontentamento com relação à matéria divulgada no site da CUT e assinada por alguns presidentes de centrais sindicais, afirmando ser o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, um mentiroso.


Lamento que alguns companheiros meus de sindicalismo, sem debater determinados e importantes temas com sua diretoria, se prestem ao papel de servir como instrumento daqueles que vivem da nefasta fórmula de pregar a discórdia, tentando enganar os trabalhadores.
Não podemos concordar com gente que anoitece e amanhece matutando maldades. São, a meu ver, verdadeiros profissionais da mentira.

Se aproveitando de forma clara e oportunista de um período eleitoral, a cada dia esse pessoal tenta pregar uma ou outra inverdade.

Como é de conhecimento de todos 90% das centrais sindicais são constituídas de forma partidariamente pluralista, ou seja, cada dirigente, de acordo com sua convicção, escolhe o Partido ao qual se deve filiar. É assim, sucessivamente, na esfera dos dirigentes de cada sindicato.

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, do qual sou presidente licenciado para concorrer a uma vaga na Assembléia Legislativa paulista, conta em seus quadros com com companheiros filiados ao PT, PDT, PSDB, PTB, DEM, PV, PSP, PMDB, PSC, PTS, PH1, PL, PP e tantos outros, todos convivendo de forma respeitosa

Isso também ocorre em todas as centrais sindicais sem quaisquer problemas

Não tenho certeza, mas acredito que apenas a CUT exige filiação ao PT para abrigar dirigentes.

Caso esse fato corresponda à realidade, vale salientar que conheço diversos trabalhadores filiados a entidades de tais dirigentes que professam outro partido. Afinal, somente o time de futebol é uma coisa da alma e do coração, como se diz.

A Força Sindical, central à qual o sindicato por mim liderado pertence, foi constituída, desde a época de sua fundação pelo companheiro Luiz Antonio de Medeiros, com intuito de ser diferente.

Desde sua origem até hoje, seus dirigentes sempre estiveram apoiando candidatos de vários partidos.

Importante lembrar que quando o Lula disputou as eleições em 2002 um grupo da Força apoiou Ciro Gomes para presidente em uma chapa que tinha o nosso Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, como vice.

Em 2006, principalmente no segundo turno das eleições daquele ano, uma parte dos dirigentes apoiou o Lula e outra, inclusive eu, e o Paulinho, o Geraldo Alckmin.

No pleito para a Prefeitura de São Paulo, em 2004, repetiu-se a mesma prática: alguns prestaram apoio a Marta Suplicy e outros, entre eles eu e o Paulinho, apoiamos José Serra.

Em decorrência, tivemos no Governo, como fatia para o PDT, a Secretaria do Trabalho e a Sub-Prefeitura do Itaim Paulista.

Importante lembrar: Logo que o Governo Lula assumiu, o nosso Centro de Solidariedade quase fechou as portas. Sem receita orçamental, a maioria dos funcionários perdeu seu emprego e a Central e seus Sindicatos filiados tiveram que arcar com os prejuízos que, em 2004, o então prefeito José Serra, através de um convênio onde a Prefeitura pagava aluguel do prédio dos Metalúrgicos (e outras coisas) salvou o mencionado Centro.

Quando alguém tenta enfatizar que José Serra não lutou para tira o FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador - do papel, vejo, como testemunha ocular da história, algo que causa profunda estranheza.

Salvo engano, Serra foi homenageado pela Força Sindical com uma placa de reconhecimento por sua atuação no Fundo, que até hoje, aliás, contribui para financiar o seguro desemprego e cursos de qualificação de mão de obra, além de ter possibilitado a salvação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) que estava prestes a fechar por falta de estrutura financeira.

Em outros momentos José Serra, também na Força, foi homenageado pela sua coragem de criar os remédios genéricos, abrindo fogo contra os poderes da indústria farmacêutica e tornando a compra de medicamentos acessível aos mais pobres e, em especial, aos companheiros aposentados.

Existe um discurso programado pelos profissionais da mentira de que o Serra vai acabar com isso ou aquilo e que não gosta de trabalhador.

Ora... O Serra tem mostrado forte atuação nos investimentos de obras públicas que além de servir aos mais pobres gera emprego e renda. Isso é insofismável.

Somente o Rodoanel empregou 20 mil trabalhadores. Gente homenageada com uma placa mencionando os seus nomes. Eram 85% oriundos do Norte/Nordeste.

Para acabar com a falta de mão de obra qualificada, José Serra e Geraldo Alckmin, então governador, transformaram salas e mais salas das ETECs em locais de capacitação profissional. Cursos cujas cargas horárias variavam de 50 a 300 horas. O Serra, como governador, chegou a dar aulas em algumas dessas salas.



Além da saúde, o Serra sempre se preocupou com ensino. Tanto é que São Paulo, sozinho, tem mais escolas do que todo o Brasil. Mentira?

No estado bandeirante, as Escolas Técnicas já contam com 170 mil vagas, envolvendo 84 profissões. Tal prática será estendida ao todo o País com Serra presidente, com a grade de 30 a 300 horas por cursos, desde servente a mestre de obras e outros (no setor da Construção Civil).

Política nacional se faz junto com os estados e os Municípios, devidamente fiscalizada pela sociedade civil, instituições empresariais e entidades representativas da sociedade e de trabalhadores, com custo baixo e alto rendimento.

Com Serra, o Bolsa Família será ampliado, assim como os cursos profissionalizantes.

O Bolsa Família, aliás, vem de uma junção do Bolsa Alimentação, Bolsa Escola, Vale Gás e outros desenvolvidos antes de Lula. E o programa da saúde pode e deve fazer parte desse sistema, como forma de prevenção de doenças e acidentes de trabalho.

Quem diz que os diretos dos trabalhadores não serão respeitados por José Serra está mentindo. Esses direitos vão continuar avançando, não tenho nenhuma dúvida.

Como deputado, Serra criou e publicou a cartilha do trabalhador, auxiliado pelo ex-ministro Almir Pazzianoto. Como presidente vai divulgar amplo material nesse sentido, que deverá ter como autor e escritor o eminente jurista José Carlos Arouca.




A história do FAT

No final dos anos 1980, Serra publicou o Manual dos Trabalhadores.

Vinculou PIS, PASEP ao Seguro Desemprego.

Hoje esse seguro beneficia o trabalhador quando perde o emprego.

Além de receber o seguro, o profissional pode aproveitar esse tempo para fazer cursos de qualificação e até mesmo de aperfeiçoamento usando o recurso do próprio FAT.

Basta uma mínima verificação nos anais da Câmara Federal para saber que José Serra foi um dos Parlamentares que propôs a criação do FAT.

Durante a Assembléia Constituinte, em 1987, Serra propôs uma emenda em que se discutia o Seguro Desemprego. Nela especificou que os recursos do PIS, PASEP deveriam financiar o programa, criado 1986. A Emenda foi acolhida e tornou-se texto da Constituição.

Dois anos depois, Serra apresentou o Projeto Lei, de número 2.250, para regulamentar o dispositivo constitucional que tratava do assunto.

Nele propôs a instituição do FAT “para custeio do Seguro Desemprego e do Pagamento do Abono Anual”.

O relator da matéria à época, na Comissão de Trabalho, era o Deputado Osmar Leitão (PFL-RJ), que elaborou um texto substitutivo, anexando a ele a proposta de Serra e de outros dois Deputados, Jorge Uequed (PMDB) e Paulo Paim (PT).

Paim, vale salientar, manteve sua coerência. Nunca mudou sua posição e sempre teve o respeito dos parlamentares e do povo brasileiro.

O texto substitutivo acabou tramitando com o número 991-A/88, em referencia à primeira proposta, que era a de Jorge Uequed (991/88). Leitão acabou usando-a no seu texto final, que deu origem à proposta de Serra.

No relatório de Leitão, publicado no Diário do Congresso, de 13 de Dezembro de 1989, está escrito que tanto Serra como Paulo Paim propuseram a criação do FAT:

“Os Projetos de Lei dos deputados Paulo Paim e José Serra instituem o FAT e estabelece que a aplicação dos seus recursos ficará sob a responsabilidade do BNDES.

“A criação do FAT já era uma discussão naquele momento da história. O meu projeto e o do Serra eram muito semelhantes”, disse o hoje senador Paulo Paim. Já para Wequed “ninguém é dono do Projeto”.

Verdade seja dita. A idéia e o esforço maior foram do Serra. As pessoas de bem sabem disso e não serão alimentadas pelos profissionais da mentira.

Veja nota do Ex-Senador Roberto Freire, homem experiente e que conhece como funciona o Congresso.

Ramalho

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