Dia 28 de abril é o dia internacional em memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho. Buscando uma forma de mais uma vez homenagear a memória de tais vítimas e dos familiares das mesmas, o SintraconSP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo) realizou, em parceria com outras entidades sindicais, um ato solene em sua sede, seguido de uma passeata até o a Praça da Sé, o marco zero de São Paulo, que já foi palco de tantas outras manifestações importantes à classe trabalhadora.
A abertura do ato solene, no auditório do SintraconSP, foi iniciada com uma apresentação da orquestra do Instituto Cultural Filadélfia, onde todos os presentes ficaram em pé para ouvir o Hino Nacional Brasileiro. Logo após, o presidente da Entidade, Antonio de Sousa Ramalho, iniciou os seus dizeres com um grande pesar, pois hoje se comemora um evento de conscientização de forma triste, sendo que existe um acréscimo de 20% nos números relativos aos índices de acidentes de trabalho.
Ramalho também pressiona os políticos e governantes, os quais, segundo ele, não investem quase nada na causa do acidente de trabalho e sem esta pressão tudo ficará no 'faz de conta': "Ninguém dá importância para saúde e segurança do trabalhador. Acredito que seja pelo fato desta causa não dar voto. Nenhum político se empenhou com isso até agora". O presidente do SintraconSP finaliza sua fala apresentando um péssima estatística, onde nos últimos 20 anos 90% da mão-de-obra era qualificada e em 2009 apenas 40,7%, o que pode ser um fator de risco para causar um acidente de trabalho.
Após o ato solene, deu-se início a uma passeata com aproximadamente 5 mil participantes, por cerca de 2,4 Km, embandeirada pelo lema: "Trabalhar SIM! Adoecer NÃO", a qual partiu da sede do SintraconSP na Rua Conde de Sarzedas, 286 - Centro, seguindo pela Rua do Glicério, Elevado Costa e Silva até a alça da Av. 23 de Maio, seguindo pela Viaduto Dona Paulina e finalizando na Praça da Sé, onde foi feito um manifesto de apoio e solidariedade aos trabalhadores e familiares das vítimas.
Durante o manifesto, Ramalho discursou que a melhor maneira de preservar a saúde do trabalhador é a prevenção, pois muitas doenças, como o câncer, só se manifestam depois de anos, devido ao contato com substâncias prejudiciais, como o amianto ou a excessiva exposição ao Sol. Lembra também das lutas da classe trabalhadora na Praça da Sé, onde o próprio presidente Lula já esteve no passado e hoje ameaça vetar o projeto das 40h semanais, empenhada pelo Deputado Paulinho, que só tem a beneficiar o trabalhador. Termina suas palavras de forma bastante exclamativa: "Queríamos comemorar este dia com a nulidade, ou pelo menos a redução dos acidentes de trabalho e não com o aumento como tem sido".
São Paulo, 28 de abril de 2010.
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